Mestre Carlos Cordeiro

História de Vida

O Super-herói


CARLOS CORDEIRO, TREINADOR DE KICKBOXING


Carlos Cordeiro é uma pessoa especial. Não por ter perdido a visão num infortunado acidente de viação, aos 22 anos, mas porque é o único praticante e instrutor de ‘kickboxing’, nas suas condições em toda a Europa. Aos 36 anos, é cinturão negro e um atleta completo. Uma das últimas medalhas conquistadas é mais uma prova de que a escuridão total não apaga a força de vencer: no ano de 2002, no Campeonato da Europa de Atletismo (Paralímpicos), na Polónia, voltou a brilhar ao trazer para casa o bronze no pentatlo.

Hoje, depois de cegar, Carlos continua a coleccionar títulos desportivos que impressionam: é recordista nacional de salto em comprimento, campeão nacional dos quatro estilos de natação e vice-campeão nacional de lançamento de dardo, peso e disco. Porque, "depois da tempestade vem a bonança", diz.

Os primeiros tempos, após aquela fatídica noite de nevoeiro em que o carro do irmão foi embater contra um muro, projectando Carlos através do pára-brisas, foram de grande depressão. Os estilhaços do vidro rasgaram-lhe os lóbulos oculares e ele cegou. "Foi muito difícil. Só pensava em morrer e não queria saber de nada. Tive de voltar a aprender tudo de novo", recorda. Mas, aos poucos, a vida foi-lhe provando que valia a pena continuar. Depois de uma temporada num centro de reabilitação para invisuais, em Lisboa, regressou à Figueira da Foz (onde vivia desde que veio de Angola, em 1975) e começou a treinar remo na Naval 1o de Maio. O Mondego ajudou-o a reconquistar a autoconfiança. "Foi nessa altura que senti que podia ter uma vida normal. Agora, depois de cego, só me falta dar um salto em queda livre, pois já voltei a fazer um pouco de tudo", o que não demorou muito a acontecer, passado um mês já se encontrava no aeródromo de Proença-a-nova para realizar o sonho "simplesmente espectacular" comentou. E até se apaixonou. Casou em 1983 com Cristina e, hoje, tem uma família numerosa, com quatro filhos.

  A família aumentou com a chegada do Swing, um labrador castanho. O cão-guia veio proporcionar a Carlos "outra maneira de viver e vencer a cegueira". Desde então, não há nada que não faça sem o seu fiel companheiro e, por causa dele, deixou de ter de depender de quem quer que fosse. "Ele vai comigo para todo o lado."

Lutar todos os dias

Desde a cegueira, para Carlos Cordeiro fica na memória, lembranças de uma juventude sempre em actividade, entre o boxe, que o levou ao título de campeão nacional (no escalão de 60 quilos), em 1979, e as ondas da praia da Figueira da Foz, onde foi nadador-salvador. Até que cegou. Mas não desanimou.
Hoje é casado e a prole de quatro filhos segue-lhe as pisadas na paixão pelo desporto: Telmo, Sara , Duarte ,são todos praticantes de ‘kickboxing’. E agora até mesmo Ema, a mais novinha da família, já está pronta para entrar nos ringes. Nas aulas os olhos de Carlos são os da filha Sara, sua assistente ou Duarte. "Gostava de sentir como os alunos estão a fazer o aquecimento. E tenho que perguntar à Sara ou ao Duarte…", lamenta o desportista.

Entretanto tirou o curso de massagista, que exerceu no Rovisco Pais "Centro de reabilitação da zona centro".


Actividades que Carlos Cordeiro Exerce;

Remo Indor...
Halterofilismo…
Salto em Comprimento…
Salto de Queda Livre…
Natação...
kick-boxing...
Massagista...
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 Por Duarte Cordeiro
http://duartecordeiro.no.sapo.pt/actividades.html


Outros Tempos




" Determinação e Coragem "

“Todos os homens que realizaram grandes feitos foram sonhadores”